Hoje é um dia muito especial para mim. Aliás; para nós.
Hoje faz 43 anos que Honório e eu começamos a namorar. A gente era amigo desde março, quando começamos a estudar anatomia.
No inicio, ele não tirava os olhos da minha mesa, e eu, não tirava os olhos da mesa dele.
Mas enquanto eu pensava que seus olhares era para uma colega, ele também me imaginava olhando para um seu colega de mesa.
Certo dia vejo aquele moço moreno e lindo, (sempre achei que “aquilo sim” era meu tipo de homem) com cabelos longos e muito pretos, um aro esbranquiçado em volta da menina dos olhos (aro senil), ombros muito largos, boca pequena, lábios finos, e um jeito muito especial e sexy de andar, vindo em direção á minha mesa.Pois bem, vejo aquele “monumento” chegar, olhar com aquele jeito delicioso, e falar oi. Eu que já sabia que ele era do mato grosso do sul, fui logo
perguntando:
-De que tribo é você?
E ele que também já sabia que eu tinha família no seu estado, foi logo respondendo:
-De uma tribo vizinha da sua.
Lembro-me bem... Parece que foi agorinha...
Senti um frio na barriga e uma quentura muito boa, invadir-me com aquele olhar.
Mas a enrolação foi até o dia 10 de novembro de 1970. Era terça feira de uma noite linda! As estrelas piscavam como se me dissessem que alguma coisa muito especial iria acontecer.
Neste dia ele convidou-me pra deixar de ir pra faculdade estudar á noite e ir ao cinema.
A gente já não se separava, mas “só de amigos”.
Num dado momento, ele me comentou que não sabia que decisão tomar com certo assunto. Respondi-lhe então – Ora Norinho, você é muito indeciso. Tome a decisão que achar melhor e pronto!
– Tudo bem. Disse-me ele. –eu já não estou indeciso, para muitas coisas, e acho
que está na hora da gente começar a namorar.
A partir daí, a gente nunca mais se separou.
As briguinhas, o ciúme bobo, as diferenças foram se acertando, e vimos dia a dia a necessidade de estar, perto, conversar sempre, ouvir a opinião do outro pra qualquer decisão, e nunca mentir.
Fizemos um pacto. Se um dia um se cansasse do outro, ele seria o primeiro, a saber.
Hoje depois de 43 anos a gente ainda não se cansou...
Será que ainda podemos mudar de opinião?
Sei que amor é eterno enquanto dura, e que só dura se for cultivado.
Mas até hoje, quando saio para ver as estrela numa noite bonita, ela me cochicham num pisca-pisca de muita cumplicidade:- Esta tudo bem. Tá tudo muito bem. Ainda é um prazer piscar para o amor de vocês!
O Honório e eu sempre tivemos uma preocupação muito grande com a formação cultural dos nossos filhos.
Queríamos que eles crescessem gostando de ler, e aprendessem sempre que “a gente vale é o que tem na cabeça, e não o que tem no bolso” Isso daria a eles um objetivo na vida.
E quem tem objetivo e sabe pensar sozinho, tem chance menor de errar.
A pessoa que lê, passa a ter uma visão critica do mundo. Aprende que existe o certo e o errado, e que: o que é certo para alguns às vezes não é certo pra você.
Ler é uma das formas de aprender a pensar sozinho.
Mas como habituar os nossos filhos a ler?
Nós dois liamos muito, mas sempre tivemos interesses diversos no que liamos, e não sabíamos qual seria o gosto literário de cada um.
A primeira iniciativa nossa, foi dar um livro em todas as ocasiões que mereciam presente.
Aniversário, natal, lembrança de viagens...
Vinha um brinquedo, é lógico; mas junto, vinha um livro.

Muitas vezes, eles nem folheavam. A gente deixava ali, junto com os brinquedos por um tempo depois guardava na estante.
Quando ficaram maiorzinhos, percebemos que adoravam esportes (como o pai).
Pronto! Achamos o caminho para a leitura cotidiana. Todas as vezes que o Honório achava uma noticia de esporte nas revistas ou nos jornais, mostrava e comentava. . E é logico que eles queriam saber mais; e liam!!
Quando foram ficando maiores, fomos percebendo que cada um gostava de um tipo de leitura. O Stenio é apaixonado por historia. A Fabiola gosta muito de ação e de livros que falem dos costumes das civilizações.
E o mais interessante é que a gente se habituou tanto a trazer livros, que até hoje não sabemos viajar sem trazer um livro para cada um.
Agora...
Restou disso tudo um habito ótimo a meu favor. Os livros são lidos e colocados na “minha” biblioteca, que é para mim, quase como que um santuário. Com isso ela vai crescendo...os livros aumentando...
Quando meus netos chegarem vou fazer uma reforma na minha biblioteca (já deixei um cantinho sem estantes para isso). Vou fazer lá uma brinquedoteca. Assim, eles também crescerão sabendo distinguir por conta própria o que querem e o que não querem para eles. Crescerão com autoestima, porque a leitura os ensinará que como dizia Sócrates: “O maior sábio é aquele que sabe que não sabe”.
Segundo Cesar Lates qualquer pessoa se realiza dentro da medicina
porque é
uma profissão tão cheia de opções
porque é
uma profissão tão cheia de opções que realiza a todos.
Eu sou a prova viva desta teoria. Sempre tive verdadeira paixão pela arte de representar. Quando muito pequena, recortava fotos de artistas e guardava dizendo , segundo a minha mãe, que um dia seria como elas...
Recortava também todas as poesias que achava e pregava num álbum.
Aos 11 anos, fui estudar em Ribeirão Preto, e por lá morei até terminar o curso secundário. Naquele tempo, as moças estudavam em colégio de freiras, e faziam normal.
Normal seria o que é hoje um curso técnico de magistério, porque eram três anos e equivalia ao curso cientifico, que é hoje o segundo grau.
Depois disso as moças de família se casavam e iam ser boas mães e professoras.

Quem saía desta opção, era extravagante e rebelde...
Assim que cheguei a Ribeirão, fui fazer conservatório de Declamação. e Ballet.
Dancei e declamei no Teatro Pedro II de Ribeirão por inúmeras vezes.
Nos meus sonhos de adolescente tinha certeza de que
um dia seria uma Cacilda Becker...
Pois bem, aos 18 anos me formei no conservatório de Declamação.
Ganhei, como primeira aluna do curso, uma bolsa de estudos, para estudar teatro com Sergio Cardoso. Naquele tempo era assim que funcionava...
E veio então a grande decepção. A proibição de meus pais.
Tenho gravadas na memoria, como se fosse hoje, as palavras de minha mãe:
- Seu pai não tem coragem de lhe falar, mas me mandou dizer que se você quiser ir pra lua, ele tenta fazer um foguete. Que você pode pedir tudo a ele. Menos isso
-Onde já se viu!-disse ele- Filha minha ser artista!!!I Isso não é profissão pra mulher direita.
Chorei muito e fui reclamar com Dona Clary, minha professora de declamação e grande amiga.Ela com a doçura que lhe era peculiar, disse-me então pra fazer da minha arte um hobby, e procurar outra profissão que também me satisfizesse, já que a ideia de ser professora em Campina Verde não me seduzia.
Meus dois irmãos que já faziam medicina, acharam uma graça imensa em “mais uma invenção da Nali”.
- Como? Você nunca estudou física, química, biologia... Você só sabe de
filosofia, sociologia, didática e português!
Vestibular não é nenhum palco...
Mas o Tulio, um dos meus irmãos se lembrou de que como declamadora eu tinha uma excelente memoria. , e disse:
_ Vamos morar comigo no Rio e fazer cursinho lá. Você decora todas as matérias que não precisarem de muito raciocínio e tira o atraso na prova de português e francês. ( Naquele tempo podíamos fazer opção por inglês ou francês .
E assim consegui passar numa faculdade do Rio e em Uberlândia.
E mais uma vez, o preconceito falou mais alto.
Segundo meus irmãos, uma menina mineira convivendo com carioca não dava certo.
Carioca era muito pra frente.
Mais uma vez engoli as lágrimas e comecei a estudar em Uberlândia.
Isso há 43 anos!
Hoje, quando preciso ficar como agora, 15 dias sem ver as minhas pacientes (por causa de uma fratura de costela), vejo que Cesar Lates tinha toda razão!!



A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (30) uma Proposta de Emenda à Constituição que estabelece reserva de vagas para parlamentares de origem negra na própria Câmara e nas assembleias legislativas.
Segundo a proposta, o percentual das vagas destinadas aos parlamentares de origem negra
corresponderá a dois terços do percentual da população que se declarou preta ou parda no último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pelos dados do último censo, de 2010, esse percentual seria de 50,7%. A 173 vagas para negros entre os 513 deputados da Câmara.
A proposta aprovada na CCJ também determina que o percentual de vagas destinadas a parlamentares negros não pode ser inferior a 20% ou superior a 50% do total de vagas.
“Pela proposta, você tem direito a dois votos. Um voto vai para a lista geral, que pode ser negro, branco, mulher, índio, e um outro voto específico da lista da candidatura negra”, disse Alberto, parlamentar que se declara negro. “Hoje fazendo uma análise superficial, podemos perceber que menos de 5% dos deputados federais são negros.”

Cá entre nós, a falta de ocupação destes políticos já está cansando a gente.
Onde já se viu!!
Dar cota pra candidato negro!
Eu tenho cabelo bem crespo. Posso me declarar da raça negra. Quem vai ter o direito de contestar?
Dar cota significa falar que o candidato tem que ter uma ajudazinha da cor pra ser eleito.
DAR COTA RACIAL É PRECONCEITO PURO.
Até parece que um negro não dá conta de competir com um branco em condições de igualdade. Se fosse assim, o Obama não seria presidente dos Estados Unidos.
Seria bem melhor se o congresso aproveitasse o tempo pra punir de verdade seus colegas que continuam roubando do povo na maior cara de pau.
Seria bem melhor se o congresso criasse uma lei de verdade pra punir os mascarados que vão acabar impedindo o povo de protestar pacificamente.
Aliás; eu acho que o governo não toma nenhuma providencia séria contra os mascarados porque quer que o povo chegue a ponto de não poder mais protestar.

É isso aí minha gente um Pais de mentira gozando na nossa cara sem que possamos fazer nada a não ser nos indignar.
E TEM GENTE QUE AINDA FALA QUE EU ESTOU MUITO REVOLTADA!!!
Não tô revoltada não!!!
Tõ mesmo é “puta da vida” (desculpem o palavrão) com este meu Brasil