Há poucos dias, procurou-me uma paciente pedindo que conversasse com o seu marido para que ele . aceitasse uma situação no mínimo diferente.
Ela tinha uma amante, e queria que ele aceitasse que os três vivessem na mesma casa com os filhos das duas.
Disse-me, saber que ele era apaixonado e por isso mais cedo ou mais tarde aceitaria a situação.
Contou-me que gostava dele, e tinha prazer no relacionamento dos dois, mas achava-os carinhos dela “mais gostosos”.
Perguntei-lhe como seria quando os filhos das duas crescesse, e vissem que a família deles era diferente.

Expliquei que eles sofreriam muito com esta situação porque seriam criticados pelos coleguinhas. Disse ainda que amor não é só tesão, e que elas também sofreriam com a cobrança da sociedade.
Mas de nada adiantou. Ela se disse disposta a enfrentar tudo o que viesse, porque gostava dos dois, e não sabia viver sem nenhum deles.
Fiquei então pensando na definição de família neste nosso mundo atual.
Você já parou pra pensar?
Esta mulher é ótima mãe tanto para os filhos da outra como para os próprios filhos. A outra também é ótima mãe e era amiga do marido da

companheira antes que o caso acontecesse.
O marido sempre foi atencioso, bom pai, e nunca deixou faltar nada em casa.
O que dizer então?
Falar de religião? De moral familiar? De lei?
Julgar imoral e acusar?
Será que tenho direito de julgar alguém? Será que sabemos exatamente o que se passa dentro das quatro paredes do quarto de um casal?
Existe um padrão de certo ou errado na vida de alguém?
O que é amor?
Vale a pena pensar...

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